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Acupuntura Oncológica e seus mecanismos de ação.

Atualizado: 15 de out. de 2022

Nos últimos anos a acupuntura vem sido indicada comumente dentro da pratica clinica como adjuvante nos cuidados oncológicos devido a sua eficácia comprovada em aliviar os efeitos colaterais do tratamento antineoplásico. Após ter sido estabelecido em consenso no National Institute of Health (NIH) Conference, que a acupuntura foi considerada muito útil como terapia auxiliar ao tratamento, e sendo assim a partir de 1997 iniciou um aumento de interesse na área da acupuntura oncológica.


Nos Estados Unidos vários centros de tratamento de câncer como Dana-Farber Cancer Institute (DFCI) em Boston, Memorial Sloan-Kettering Cancer Center em Nova York e MD. Anderson Cancer Center em Houston já incorporaram a acupuntura como técnica complementar, assim como no Brasil o Hospital Israelita Albert Einstein utiliza inúmeras praticas integrativas e acupuntura em seu tratamento oncológico. Relatos demonstram que há uma tendência dos pacientes com câncer procurarem terapias complementares visando uma melhor qualidade de vida e de tratamento (48% a 83% dos pacientes). No caso da acupuntura, a taxa chega a ser de até 31%.


A acupuntura tem como mecanismo de ação uma reposta do sistema neuroendócrino, através da estimulação do sistema nervoso periférico e central. No momento em que a agulha penetra no corpo, ocasionando uma liberação de neurotransmissores opioides, como as endorfinas, e de monoaminas, como a serotonina. Estudos de neuroimagem com ressonância nuclear magnética funcional (RNM), PET-CT e Eletroencefalograma (EEG) demonstram o estimulo de áreas cerebrais especificas com o uso da acupuntura, dentre elas o sistema límbico, amígdala, hipocampo, hipotálamo, entre outras, o que explica o seu efeito abrangente e induzindo a uma sensação de bem estar e mudança na percepção e tolerância à dor.


Inúmeros estudos científicos e clínicos têm demonstrado o papel da acupuntura no alívio de náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia e a radioterapia. Estudos apontam evidências da eficácia da acupuntura nos sintomas de neuropatia periférica induzida por quimioterapia (formigamento, dores e perda de força nas extremidade), na dor e na fadiga relacionadas ao câncer, na xerostomia (boca seca) induzida pela radioterapia e nas dores articulares e musculares induzidas por inibidores da aromatase (uma classe de hormonioterapia).


Constata-se, ainda, o aumento no número de estudos para o tratamento da leucopenia/neutropenia (diminuição de defesas) induzida por quimioterapia. Com a acupuntura, parece haver a ativação de diferentes mecanismos de defesa, incluindo macrófagos, neutrófilos, estimulação de células natural killer (NK) e linfócitos e produção de imunoglobulinas.


O uso da acupuntura também está descrito no tratamento de sintomas muito comuns na rotina oncológica como: sintomas vasomotores (fogachos), insônia, ansiedade e depressão.

A acupuntura é um tratamento seguro, quando realizado por profissionais qualificados. Não há contraindicação para sua aplicação durante o curso da quimioterapia, desde que respeitadas as normas de biossegurança, com o uso de agulhas descartáveis e antissepsia adequada. Cada aplicação dura, em média, vinte minutos durante uma consulta de 50 minutos. O ideal é que o tratamento seja mantido por, no mínimo, 4 a 6 semanas. Alguns sintomas requerem mais tempo para a adequada manutenção. Em muitos casos, sua utilização pode diminuir a necessidade de medicamentos ou o efeito colateral dos mesmos.


No cenário atual, onde se busca, cada vez mais, uma Medicina Integrativa, visando minimizar a dor e o sofrimento durante o tratamento oncológico, a acupuntura vem para somar, visto que auxilia na redução dos para efeitos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

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